La farfalla

Liz Confrizzi

Tuesday, September 13, 2005

Novamente eu

Longe das cores e das coisas, ela brincou com seu corpo nu na madrugada fria dentro daquele lago. Eram seus sonhos, seu gozo, seu medo, alma, as aflições e os desejos todos ali mergulhados nela e na água.
Quando se viu, as gotas escorrendo a tomaram como se fossem as mãos daquele que a queria e não a tocava.
Como fossem sinos mudos na noite, duas árvores pendiam e dançavam sobre ela, que, estendida sobre a terra úmida, deliciava-se simplesmente por ali estar, livre das coisas e das cores, longe dos olhos, dos homens e das palavras. Ela era ali toda sua, só e fria como a madrugada, meio inteira, meio vazia, mas completamente irmã do vento triste, assim tão nua.
o homem é uno quanto ao corpo mas nunca quanto à alma

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