La farfalla

Liz Confrizzi

Wednesday, September 14, 2005

Tenho que falar

Aproveitando que hoje é o dia das descartadas, do descaramento, e da enxotada do amigo Roberto Jefferson, tenho que repetir a frase de Aldo Tambori (logo mais conto a ocasião desta sua fala): achei que estava, nos últimos dias, sozinho no meio de cegos, rodei todo o mundo e só então concluí: estava sozinho no meio de burros, surdos, ociosos, covardes, ignorantes, mudos ... e os apenas cegos? esses eu já tinha na mais alta consideração. Tambori era homem simples que tencionava subir os degraus da vida, mas a ascensão a que almejava não era estar no topo social ou nas colunas e festas da high society. Ele saiu de Itapirubá para desbravar o que dizia ser seu "de direito": as novas cores, as preciosas melodias, as histórias tristes, as comédias da vida, os poetas, as pessoas. Tinha sonhos românticos ao galopar na primeira estrada dessa sua empresa rumo ao sal, ao cio, ao que amava. Acreditava haver um lugar, um estado de espírito, uma rede de gente como ele para partilhar desses singelos prazeres nos quais acreditava poder embriagar-se.
Encontrou foi muita miséria humana, de costumes, de cultura, de salário, e de arrogância.
Eis o motivo da sua filosofia de angústia desolada.

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